domingo, 13 de outubro de 2024

 

Sexta-feira, 4 out 2024 - 13h34
Por Maria Clara Machado
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Rio Negro enfrenta a pior seca da história em Manaus pelo segundo ano consecutivo

O Rio Negro caiu mais e atingiu o nível mínimo histórico de 12,66 m no Porto de Manaus, na medição da manhã desta sexta-feira, dia 4, pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). É o pior nível em 122 anos e reflete a seca extrema de alta gravidade que o Amazonas vem enfrentando pelo segundo ano consecutivo.

Estiagem registrada na comunidade Nossa Senhora de Fátima, no Rio Tarumã Açu afluente do Rio Negro. Crédito: Clóvis Miranda/Fotos Públicas
Estiagem registrada na comunidade Nossa Senhora de Fátima, no Rio Tarumã Açu afluente do Rio Negro. Crédito: Clóvis Miranda/Fotos Públicas


Seca recorde desde 1902
O gráfico de medições do Serviço Geológico do Brasil mostra que o nível do Rio Negro, em Manaus, começou a cair em meados de julho numa curva ascendente.

Gráfico mostra queda acentuada do nível do rio Negro nos últimos meses. Crédito: SGB
Gráfico mostra queda acentuada do nível do rio Negro nos últimos meses. Crédito: SGB

A situação só piorou a partir de setembro, quando o nível do rio caiu para o limite de seca em 17 de setembro, depois para o limite de seca extrema em 25 de setembro e atingiu rapidamente o patamar de nível mínimo histórico em 4 de outubro.

Diante da queda acelerada das

 águas, a capital Manaus vive a pior seca da história pelo segundo ano consecutivo. Além disso, o recorde de menor nível histórico foi atingido 22 dias antes do recorde anterior de 12,70 m registrado em 26 de outubro de 2023.

No começo de outubro do ano passado, o nível do rio Negro estava em 15,14 metros no Porto de Manaus, quase dois metros e meio a mais, no que está neste começo de outubro de 2024.

O rio Negro é um dos principais afluentes do Amazonas e banha as margens de Manaus, que está em situação de emergência por causa da seca.

Além da capital, 61 municípios do estado seguem em situação de emergência devido à seca e todas as calhas de rios enfrentam níveis críticos. Mais de 560 mil pessoas estão sendo afetadas, segundo levantamento da Defesa Civil.

O problema dos rios secos traz vários impactos, começando pelo isolamento de comunidades ribeirinhas, que dependem do transporte fluvial para se deslocar e para a chegada de mercadorias essenciais. A crise também se agrava ameaçando os peixes e os botos da Amazônia, além de diversas outras espécies da região.

Comunidades ribeirinhas enfrentam muitas dificuldades com os rios secos. Região de Nossa Senhora de Fátima, afluente do Rio Negro, AM. Crédito: Clóvis Miranda/Fotos Públicas
Comunidades ribeirinhas enfrentam muitas dificuldades com os rios secos. Região de Nossa Senhora de Fátima, afluente do Rio Negro, AM. Crédito: Clóvis Miranda/Fotos Públicas

As projeções do SGB são que o Negro possa baixar mais e registrar novas mínimas, batendo mais recordes negativos nos próximos dias, isto porque, a estimativa de chuvas na região continua baixa.

Outras estações monitoradas pelo SGB indicaram cotas negativas e baixas históricas preocupantes nos rios Solimões, Madeira, Purus e no Amazonas.

Seca na comunidade Nossa Senhora de Fátima no Rio Tarumã Açu, afluente do Rio Negro, observada em setembro. Crédito: Clóvis Miranda/Fotos Públicas
Seca na comunidade Nossa Senhora de Fátima no Rio Tarumã Açu, afluente do Rio Negro, observada em setembro. Crédito: Clóvis Miranda/Fotos Públicas


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