Sabemos que a Umbanda possui unidade e diversidade. Na unidade está o básico que faz identificar, ou não, Umbanda; e na diversidade está a liberdade ritual e doutrinária de cada grupo, “umbandas”.
Na unidade está o todo e na diversidade estão as partes. O todo é algo comum a todas as partes.
Quando falamos de UMBANDA (singular e uma), estamos falando do todo; quando falamos em umbandas (múltipla e plural), estamos falando das partes. As partes também têm fundamentos. Em relação ao todo, estes fundamentos são parciais, fundamentos desta ou daquela parte, desta ou daquela umbanda.
“Umbanda é a manifestação do espírito para a pratica da caridade.”
“Aprender com quem sabe mais e ensinar a quem sabe menos, a ninguém virar as costas.”
Parece pouco, mas já é muito. Atendimento caritativo é a base
doutrinária da religião, sem nenhuma forma de preconceito com relação às
entidades que se manifestam. Quem lançou a pedra fundamental
da religião foi um espírito que teve muitas encarnações e, entre elas,
foi o Frei Gabriel de Malagrida, que fez a opção de se apresentar como
“Caboclo”. Seguido a esta manifestação se apresentou o preto-velho
Pai Antônio e ambos chamaram falanges de caboclos e pretos-velhos para
trabalhar na Umbanda. Logo, “caboclo” e “preto-velho” são formas de se
apresentar escolhidas pelos espíritos que militam na Umbanda.
Mais um de seus fundamentos básicos: as entidades se organizam no astral
em linhas e falanges identificadas pela forma de apresentação, a qual
guarda relação com os Santos, Orixás e forças da natureza.
Quanto ao ritual é bem simples e
musicado, na maioria das vezes segue uma sequência que pode variar um
pouco, mas que em geral fica nesta ordem: oração, saudação à esquerda,
bater cabeça, abrir cortina (quando tiver), defumação, hino da umbanda,
abrir a gira, saudação às sete linhas, saudação aos orixás e guias
chefes da casa, chamada de orixás ou guias que darão sustentação ao
trabalho e chamada da linha de entidades que dará atendimento (passe e
consulta); ao final dos atendimentos a subida das entidades, podendo, ou
não, ter descarrego dos médiuns com esta ou outra linha que venha para
tal atividade.
Na próxima edição vou comentar sobre a
relação entre fundamentos de umbanda e questões polêmicas, como
sacrifício animal, cobrança de atendimentos, procedimentos afros e
outros.
Umbanda não tem verdades inquestionáveis (dogmas) e nem assuntos proibidos ou interditados (tabus).
No entanto para falar de fundamentos é
essencial ter conhecimento de causa, conhecer profundamente o assunto e,
no caso da Umbanda, conhecer sua história, doutrina, teologia,
liturgia, ritualística…
Caso contrário, como diria meu amigo, irmão e mestre, Rubens Saraceni: “tudo permanece no campo de uma ciência cammada ‘achologia’, um campo de incertezas e divagações”
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