domingo, 28 de agosto de 2016

Lagos azuis na ANTARTIDA

Cientistas da Universidade de Durham, no Reino Unido, analisaram centenas de imagens de satélite e observações meteorológicas do Glaciar Langhovde, na costa da Antártida Oriental, e descobriram que entre 2000 e 2013 mais de oito mil lagos azuis apareceram neste local. Os investigadores suspeitam que a água destes lagos está a infiltrar-se sob a superfície dos glaciares, tornando-os mais fracos e susceptíveis a quebras e deslizamentos.
Anteriormente pensava-se que o gelo do leste da Antártida tinha conseguido manter-se imune às alterações climáticas, logo toda a atenção estava centrada para a Península Antártica. No entanto, os dados agora revelados vêm mostrar que também esta parte da Antártida está a ser afectada, suspeitando-se inclusive que estes misteriosos lagos azuis podem ter sido responsáveis pelo derretimento de glaciares na Gronelândia, onde milhões de toneladas de gelo derreteram entre 2011 e 2014.
No Verão, com o aumento da temperatura, formam-se pequenas poças no topo das camadas de gelo e em alguns glaciares que se estendem para fora em fiordes no oceano profundo. Estes lagos podem desaparecer num piscar de olhos, mas o problema está quando desaguam na água em redor, pois vão provocar uma enorme fricção na base dos glaciares, aumentando imensamente a possibilidade de oscilações e quebras de enormes blocos de gelo.
Essa injecção de água gelada na água salgada é o grande motivo de preocupação, pois no futuro poderá criar padrões, tal como se fosse um mini-tornado dentro de água, o que provocaria mais e maiores quebras de pedaços de gelo.
Por enquanto a situação parece não ser dramática, mas os responsáveis do estudo alertam que com a subida acentuada das temperaturas ano após ano, os danos poderão aumentar rapidamente, à semelhança do que se passa na Gronelândia neste momento. Os resultados deste novo estudo podem ser lidos na Geophysical 

Alteração climatica afeta aldeia na Alaska

Na passada terça-feira, 169 eleitores da aldeia Shismaref, no Alasca, tiveram uma importante decisão a tomar: mudar toda a aldeia para uma nova localização ou ficar e lidar com as consequências directas das alterações climáticas e aquecimento global. Numa votação controversa, 89 cidadãos votaram na relocação da sua terra de sempre, enquanto 78 votaram pela permanência, segundo dados da CNN.
Acessível apenas por avião ou barco, Shishmaref é uma comunidade isolada no meio do Alasca que tem sofrido em primeira mão os efeitos devastadores do aumento da temperatura global. “Nos últimos 35 anos, já perdemos quase 900 metros de terra, por causa da erosão costeira. Para se ter uma noção, eu nasci em 1997 e desde então, Shishmaref perdeu cerca de 50 metros. Nos últimos 15 anos, tivemos que mover 13 casas de uma ponta da ilha para o outro extremo por causa desta perda de terra. Nas próximas duas décadas, a ilha vai desaparecer completamente”, alerta Esau Sinnok, morador da ilha, num texto enviado para o Departamento de Interior do EUA, em Dezembro passado.
Mas Shishmaref não é caso único no Alasca. Estima-se que mais 31 aldeias deste estado americano corram sérios riscos de serem dizimados graças às alterações climáticas, alerta um estudo do governo dos EUA. A situação é tão grave que muitas comunidades estão seriamente a considerar a relocação das suas cidades, num difícil e caro processo que pode ascender aos 250 milhões de dólares por aldeia.
E não são apenas as casas desta pequena aldeia que estão em risco, é todo um modo de vida que muito em breve pode desaparecer. “A falta de gelo tem afectado a nossa caça, pesca e tantas outras tradições. A cada ano que passa fica mais difícil recolher os alimentos que precisamos para aguentar o Inverno aqui.” Uma realidade que mostra que as alterações climáticas estão aí, são uma parte integrante da nossa vida, e que se não forem tomadas medidas drásticas em breve, comunidades e culturas inteiras podem desaparecer num piscar de olhos.

Crateras em Texas

Duas crateras que se abriram a 1.600 metros de distância, entre as pequenas cidades de Wink e Kermit, no Texas, Estados Unidos, poderão estar a expandir-se e, eventualmente, criarem o maior buraco alguma vez visto na Terra.´
Segundo investigadores da Southern Methodist Unversity, que analisaram imagens de radar da área, existem indicações de movimento no terreno envolvente. Se as crateras continuarem a expandir-se, vão unificar-se num gigantesco buraco.
“Esta área encontra-se muito povoada com equipamentos e instalações para a produção de petróleo e gás, pipelines com líquido perigoso e duas comunidades. Um colapso seria catastrófico”, explicou o autor do estudo, Jin-Woo Kim, num comunicado citado pelo Grist.
Segundo o site, estes buracos são particularmente comuns nesta parte do Texas, devido às indústrias do gás e petróleo. Mas, ainda assim, os buracos são maiores do que as tradicionais crateras: o de Wink, formado em 1980, tem 100 metros de tamanho – o comprimento de um campo de futebol; enquanto o de Kermit tem entre 180 e 270 metros. Ambos têm uma profundidade de 30 metros.
Estas crateras ocorrem quando a água dissolve a base rochosa com o tempo e, por vezes repentinamente, o terreno colapsa. E embora estes fenómenos se possam criar naturalmente, eles são “ajudados” por actividades humanas ligadas à extracção de petróleo ou gás.